Monday 13 August 2007

S'pore, A Verdadeira Cidade Proibida (parte 2)


Além de todos os contrastes culturais, inevitáveis dada a variedade de proveniências dos indígenas - malaios, chineses, tailandeses, indianos, muçulmanos e até ingleses - existe, também uma grande diferença de polaridade entre modernidade e tradição.


(Parentesis)

Habitualmente não ando à procura de locais que possa mostrar, com fotos, como as zonas mais pobres das cidades que visito. Contudo, na maioria das vezes acabo por passar por lá, mesmo que seja só de raspão. Acabo por ver coisas que gostava que não existissem. Como ainda não arranjei forma da minha câmara ser útil nessas situações, geralmente aí não fotografo. É algo que preciso de rever e melhorar...

Contudo, em S'pore não consegui encontrar esses locais de miséria. Há, efectivamente, zonas pobres e gente pobre, mas nada que se compare com outras grandes cidades. Não sei é o Sr. Lee que esconde esse pessoal, ou se fui eu que andei desatento...


A diferença de polaridade é notada, sobretudo, pela tecnologia aplicada no desenvolvimento urbano. Há arranha-céus para todos os gostos e feitios. Áreas de diversão com restaurantes, discotecas e outras zonas de lazer misturadas com uma graciosidade e modernidade extremas. Tudo isto entrelaçado com os bairros muçulmano, chinês e indiano. Nestes, muitas pessoas andam vestidas como se estivessem no seu país de origem. O comércio é feito como se estivessemos noutro país. Mesmo a comunicação realizada entre locais pode utilizar, na mesma conversa, palavras/frases originárias das mais diversas regiões da Ásia.
O reboliço caótico que se encontra nalgumas ruas e lojas destes bairros étnicos, contrasta sobremaneira com o alinhamento e cuidado colocado nas construções mais recentes. O planeamento é tão grande, que o governo local destina zonas onde se pode construir, ou melhor, onde se vai poder construir daqui a 20 anos. Até lá, essas zonas estão protegidas. Os nossos estimados construtores civis, que andam pelo nosso país a substituir sobreiros por cimento, não creio que não se safassem lá!



Singapura é uma cidade feita com lógica. E boa parte dessa lógica vai no sentido de satisfazer o visitante, quer seja ele um mero turista ou um abastado homem de negócios. Se o objectivo da visita for: comprar roupa ou electrónica, descobrir objectos e tradições das várias regiões do Oriente, realizar negócios de alta finança ou pura e simplesmente curtir as noites de festa das discotecas, o resultado é sempre o mesmo. Encontra-se de tudo, como na Farmácia!
...com a diferença que nesta, encontramos todo o tipo de medicamentos tradicionais chineses ao lado dos habitualmente comercializados pelas multinacionais.

Monday 6 August 2007

Sunday 29 July 2007

S'pore, A Verdadeira Cidade Proibida (parte 1)


Há quem pense que a Cidade Proibida está na China, mas está enganado. Singapura é a verdadeira, a real, a pura central oriental da proibição.

Para abrir a pestana, encontrei um cartaz, no metro, a proibir o transporte dum famoso fruto. Famoso não só por ter admiradores dos seu sabor, mas por ser possuidor de um pungente e característico aroma, mais conhecido por "Fedor". Não troquem as vogais, mas a realidade é que o cheiro é Lixado. Assim como é lixado livrarmo-nos dele. Cola-se e fica por ali. Aparentemente, até se fartar ou vir um pior! Daí a proibição de o transportar ser extensível a táxis, autocarros, carros de aluguer e hotéis.





Mas apesar de todas as proibições, aconselho a visita a esta aberração do Oriente. Digo aberração no bom sentido, e digo isto porque dificilmente se encontra outra metrópole com estas características. Há efectivamente um tipo de visitante que não é nada bem visto por aquelas bandas. O Traficante. E tem de ser de Droga, porque se for de electrónica ninguém lhe vai apertar o pescoço com uma corda, enquanto que se for da outra qualidade...
Mesmo muito cortada com substâncias mais lícitas, há o sério risco de perder a cabeça em S'pore.



Estive na ilha, a meio de Abril, antes de ir à Malásia (ver abaixo "Langkawi") e além das semelhanças meteorológicas, Singapura tem como ponto comum a tolerância. Parece contraditório, não é? A realidade é que apesar do Sr. Lee Kuan Yew já não ser Primeiro Ministro desde 1990, continua a exercer a uma influência muito grande nos habitantes e sobretudo nas regras do local. Daí que o Grande Baltazar (jornalista que me acompanhou, e que, apesar do nome artístico não é concorrente do Luís de Matos) tenha utilizado a máxima "Mr. Lee is watching you" com propriedade, tal o número de câmeras de vigilância. Por coincidência, o Grande Baltazar também faz festas de casamento, baptizados e circuncisões.

(Desculpa-me a brincadeira, mas não resisti. É o que dá passar algum tempo com um indivíduo criativo...)

Mas voltando à tolerância:

Novos...



não tão novos...



e mulheres...


...todo parecem, gozar de uma amena interacção e sem recorrerem à palavra tolerância. Não parece ser, sequer, necessária. Como já escrevi numa pequena introdução ao artigo publicado na Volta ao Mundo (Zé Jaime, com tanta publicidade tens de começar a pagar mais uns trocos!!!), este pessoal podia dar uma lições aos moderados e moderadores do Médio Oriente. Sempre se evitava a intervenção do Amigo Americano e tudo o que isso traz de arrasto.

A "parte 2" chega em breve, a um computador perto de si.

Saturday 28 July 2007

Langkawi

Aconselho! E muito!!!


Quem quiser gastar algum dinheiro, pode ficar em sítios magníficos. Daqueles que se vêm nos filmes...


Para o resto do pessoal... é tentar arranjar uma viagem barata e curtir praias muito boas. Como é óbvio, junto às melhores praias estão os melhores resorts, daí a vantagem em ter dinheiro para gastar. Contudo, com algum à vontade, dá para "passear" por esses sítios mais caros e inclusivé apreciar uma bebida no bar sem que se entre em falência.


Por onde devia ter começado...


Ilha do sudeste asiático, pertencente ao território da Malásia. A visita foi consequência de um trabalho encomendado pela Volta ao Mundo, e que envolvia visitar/fotografar esta e outra ilha daquela região do globo: Singapura.

Sobre a ilha do Sr. Lee, falarei mais tarde.

Esta era a segunda vez que viajava para trás do sol posto e como a primeira tinha corrido muito bem, ia com bastantes expectativas.
Estive na Tailândia há cerca de 5 anos e, apesar do baixo orçamento que tinha, gozei como nunca. Águas explêndidas para mergulhar, comida fantástica, paisagens estranhas mas bonitas e uma cultura completamente diferente da nossa fizeram com que a Tailândia fique na minha memória até o Sr. Alzheimer ma apagar. Já faltou mais...

Como Langkawi fica quase à distância de uma pedrada da Tailândia, estava a contar com uma experiência algo parecida. Não de ficar pedrado, porque não estava a falar de drogas - pedrada: acto de atirar uma pedra!!! - mas de experimentar o Oriente com o mesmo prazer que tive no país dos vizinhos tailandeses.

Acho que se tivesse estado lá mais tempo, tinha excedido as minhas expectativas. Não sei se por ter visitado a ilha na condição de jornalista do país do Cristiano Ronaldo, os malaios pareceram-me mais simpáticos que os tailandeses.




É curioso como passados estes, poucos, anos da visita à Tailândia, os indigenas deixaram de relacionar a minha nacionalidade com o Figo e o Rui Costa (o maior!!!) e passaram a associá-la ao miúdo madeirense.
Preocupante é a quantidade de dinheiro que aquele pessoal gasta em apostas desportivas. Provavelmente, é com o dinheiro deles que se anda a patrocionar a liga de futebol portuga.

Voltando às coisas sérias. Em relação a comida: para quem goste de japonês e chinês, está em casa!
Eu pessoalmente adorei p'raí uns 3 kg. Ainda por cima, acho que ficaram todos na barriga!




Sitios para dormir...



Há muitos, inclusivé foi uma das razões pela qual não consegui desfrutar o suficiente da paisagem da ilha. Andei a correr de um lado para o outro a fotografar os mais variados resorts da ilha. Acho que me considero uma autoridade em aconselhar a unidade hoteleira mais adequada à bolsa e gosto de cada um. Caso penses em lá "dar um salto" não hesites em telefonar!



Apesar de, também aqui, a humidade e o calor serem enormes, há paisagens que fazem esquecer esses precalços.
Para quem quiser sacrificar um pouco a hora de jantar, dá para curtir um pôr-do-sol na piscina. Convém não esquecer de usar repelente para insectos!!! Esta foto fez-me perder alguns mililitros de sangue!

Thursday 26 July 2007

Van Gogh esteve na Golega

Há provas que o pintor orelhudo passou pela Golegã (falta o acento no título, mas o site não o permitiu...).
Ei-las:



Brincadeira à parte, a primeira foto foi feita na minha recente passagem pela capital do cavalo. Não estou a chamar nomes a ninguém, OK?!?! Para os ignorantes, fiquem sabendo que é assim que a Golegã é conhecida.
A segunda foi feita na, também recente, passagem pela capital equestre que é Amsterdão. A sua presença aqui serve apenas para iludir leitores distraídos.

Fui ao Ribatejo para fotografar um hotel que abriu há relativamente pouco tempo. Apesar da forte presença do cavalo na região, fiz uma outra foto de que gostei particularmente, mas na qual o assunto é também uma planta. Gosto tanto que neste momento a uso como fundo do meu "desktop". Espero não ser o único a apreciá-la.

Friday 20 July 2007

Paulistanos

Sei que não serve de nada, mas não quero deixar de lembrar, a quem vem a este blog, São Paulo e os paulistanos. Faço-o através de algumas retratos que fiz quando estive na cidade, em Fevereiro deste ano.






Thursday 19 July 2007

Politecnica

Hoje fiz uma viagem ao passado.

Recomendo-a aos muitos parceiros de jogo que passaram horas sem fim a deitar cartas à mesa, na Cantina da Escola Politécnica.


Fui lá para fotografar borboletas, já que funciona ali uma associação (Tagis) que cuida das mesmas e tem, inclusivé, um programa de ocupação de tempos livres para jovens adultos. Novíssimos, na realidade, entre os 7 e os 11 (não estou certo...) anos de idade.




Para começar, entrei pelas portas do Museu de História Natural. Há ali uma porta que dá para o "nosso" antigo laboratório de Química. Incrível como está recuperado. Passei largas horas, ali, a tentar cozinhar as receitas passadas pelos vários professores. Eles bem que tentavam transmitir alguns conhecimentos, mas o atractivo daquela cantina era mais forte.
A cantina, a sua estufa e o Jardim Botânico que nos ficava na paisagem, se tivessemos a sorte de ficar virado para esse lado. Claro que ninguém ia ficar a observar o Jardim e deixar que os parceiros de jogo espreitassem as nossas cartas. O vício era grande! No entanto, sobrava tempo para desfrutar dos vários recantos, sobretudo quando a companhia assim obrigava.

Aconselho a que usem os miúdos, ou mesmo as borboletas, como desculpa e aproveitem para matar saudades deste fantástico Jardim. Podem deixá-los a curtir os delicados insectos no Lagartagis e percam-se por ali. Depois digam se não vale a pena.

QUÍMICA OU BIOQUÍMICA???????????


Monday 16 July 2007

Bem no Sul de Espanha

Andando para trás no tempo, estive no final de Maio em Espanha. Novamente em trabalho, novamente para a Evasões. A região chama-se Parque Natural de Cabo de Gata (não perguntem porquê).

O propósito da viagem não era promover o convívio entre colegas de trabalho, mas sim fotografar o "Cortijo Los Malenos". No entanto, dado o local distar cerca de 900 km de Lisboa, esse convívio é forçado. Felizmente, e tal como é hábito, o jornalista que me acompanhou (ou quem eu acompanhei, consoante o ponto de vista) era/é um bom conversador e fizémos a viagem a trocar estórias.

Para quem não sabe o significado de Cortijo, aconselho a que faça uma busca na net. (Depois podes enviar-me o resumo do que encontrares, por favor??)

Basicamente aquilo era uma pequena quinta no meio do nada.



Tinha alguns pontos de interesse, como a piscina, a curiosa arquitectura ou a paisagem mas creio que o que se destacava mais era a ausência de televisão. Vem-se tornando um hábito nestes sítios de turismo para onde nos podemos retirar e dedicar à meditação ou à cultura do "dolce fare niente".
Com sorte encontramo-nos e com muita sorte encontramos outras pessoas que nos encontram a nós. E se a sorte for muitíssima encontram-nos muitas vezes,.
Sorte, sorte era ser aquela miúda que distribuía botijas de gás a uns sacanas duns sortudos! Ou aquela outra que leva a cervejola ao seu querido e insinua-se à frente dos amigos deste. Ou quem sabe, e isto era a cereja no topo do bolo, as três meninas da televisão por fibra de vidro. Porra, isso é que era!!!!

Como dá para perceber, sou fã da caixinha que se transformou em quadro.

Mas como não sou dado a acasos, aconselho a levarem a companhia que desejam que vos encontre.



Continuando.
Outra coisa peculiar acerca do síto é a culinária. Como o Cortijo é gerido por uma senhora búlgara (no início pensámos que era portuga, dado o sotaque), boa parte dos pratos que se podem provar ali, ou são da Bulgária ou de inspiração de lá. Atenção que não estou a criticar, até porque não tenho a cozinha espanhola em grande estima.
Na foto está um exemplo do que se pode comer ao pequeno almoço, e que além de ter um familiar ovo estrelado, tem uma espécie de migas com maçã o que, segundo a cozinheira, são típicas da Bulgária. Se quiserem saber o nome, é melhor falar com o jornalista...



Como as restantes refeições não estão incluídas na estadia, acabámos por andar por ali à volta à procura dos melhores "spots". Não são muitos, mas são bons. Além das praias desertas que se encontram e recomendam, existem por ali algumas pequenas povoações que, dada a curta distância, compensa visitar. Numa delas encontrámos um restaurante Marroquino com cadeiras com chapéus de sol e também com cerveja de um conhecida marca de cerveja portuguesa que eu não menciono até porque eles não me enviaram nenhuma palette para casa mas bem que o podem fazer já que sou apreciador da sua cerveja e consumidor em grandes quantidades mas que até nem me importo de partilhar com amigos se a palette vier bem carregada ou pelo menos aparecer cá em casa com alguma regularidade durante este período de calor.

Esta última frase foi inspirada por um conhecido escritor português que habita numa das ilhas do país vizinho e que além de ser bastante nobel a escrever sem pontuação tem a sua residência num local que me faz lembrar este da gata que visitei.

Voltando à realidade. Uma das povoações nos arredores e com mais "movida" é Agua Amarga. Tem uma pequena e simpática praia onde se pode jantar de forma muito agradável, num dos restaurantes que aí se encontram a um (1), literal, passo da areia. Nesse mesmo restaurante acabámos por encontrar um português a jantar, e que, ao saber que estávamos ali em trabalho para a Evasões, quase nos expulsou do local. Razão: ele acha (e eu concordo) que demasiado turismo vai estragar o local.

Paradoxalmente, ele estava na região porque ia fazer um trabalho para a cimenteira que, coincidência das coincidências, está localizada no Parque Natural.



Dantas e Jacó, que tal irmos explorar melhor esta região?
É a minha vez de vos tramar as férias!

As minhas desculpas ao leitor que não está a perceber a piada, mas eles sabem do que estou a falar.
Bolas, agora parecia o Octávio a falar!

Sunday 15 July 2007

Madeira e Cimento


Outro local interessante de se visitar, e que me ocorreu por 2 vezes em 2 dias seguidos, é a Madeira. Apesar de não concordar com a forma escolhida pelo Dr. Alberto João para desenvolver a ilha, considero que os locais por estragar compensam essa sua forma de "desenvolvimento".

Estive lá, há bem pouco tempo (final de Maio) com o objectivo de fotografar umas quintas/pousadas/hotéis.

Para quem não conhece, o arquipélago tem, na minha opinião, 4 grandes riquezas.

Uma é a Natureza. Têm tentado cobrir alguma parte dela com cimento e alcatrão e outra parte tem sido esburacada para dar lugar aos 10.000 túneis que a ilha tem. No entanto, e apesar de não ser tão prolífera em vegetação como os Açores, basta andar um pouco para longe dos cogumelos de cimento e encontram-se paisagens deslumbrantes.

Não mostro nenhuma neste conjunto de imagens porque não sobrou muito tempo para andar a ver paisagens. Talvez quando tiver tempo e paciência para desenterrar imagens antigas do baú, volte a este tema.



A segunda riqueza é a comida. Há 3 pratos que considero obrigatório comer, cada vez que lá vou. O bife de atum, o peixe-espada preto e as lapas. Depois como acompanhamento, ou não, o milho frito e o bolo do caco. Apesar dos muitos restaurantes que se encontram, aconselho a todos os visitantes a comerem, pelo menos uma vez, no Jacquet. Não é barato, tal como os outros restaurantes, mas muito castiço e com comida deliciosa. Fica perto do Mercado. Não se esqueçam de comer LAPAS!




Outra coisa que vem sempre a propósito é a bela da poncha. Há quem vá para modernices como a substituição da aguardente de cana por vodka ou whisky, mas eu sou pela poncha tradicional.



Nesta última visita, descobri uma aguardente que também não é nada má. Potente como a poncha, não é aconselhável a quem vai conduzir.



Depois da comida, outra grande riqueza é a ilha do Porto Santo. Tem, na minha opinião, uma das melhores praias do mundo.
Para quem gosta de praia interminável, água quente e ondas pequenas... Tá-se bem!
Serve, sobretudo, para curtir a praia e relaxar. Como é natural num sítio tão pequeno, a animação nocturna é algo limitada.

Por último, mas não menos importante, as pessoas. Alguns amigos/conhecidos, visitaram o Arquipélago e vieram de lá desapontados por acharem a sociedade muito fechada. E são capazes de ter razão. Como acontece nos meios pequenos e sobretudo em ilhas, existe alguma desconfiança em relação aos estranhos/continentais. Contudo, tal como nas ostras, se procurarmos bem e não desistirmos, de vez em quando encontramos pérolas. Algumas das pessoas de quem mais aprecio a companhia e a personalidade, são habitantes da ilha da Madeira.

Aguardem por mais secas destas. Estão a caminho!